Viagem aos anos 70!

           Continuando a viagem da semana passada, só que agora voltando ainda mais no tempo, chegamos à década de 1970, também conhecida como a década da discoteca. Cada época tem seu valor, isso no que se refere a qualquer coisa que possamos imaginar, e na música não poderia ser diferente. Esse foi o período das danceterias, dos rapazes com cabelo cheio de gel, dos globos coloridos brilhando e iluminando os salões repletos de dançarinos, iniciantes ou profissionais, que se deixavam levar no ritmo de músicas como "I Will Survive" de Gloria Gaynor - essa música foi tema de Priscila, a Rainha do Deserto - "Dancing Queen" do ABBA, "Macho Man" do Village People entre tantas outras. As Divas do dancing nesse momento da história, como não poderia deixar de ser, foram Gloria Gaynor, Donna Summer e Diana Ross.



         A música internacional foi bastante profícua, tivemos o surgimento do Queen, em 5 de abril de 1970, ABBA, Village People, The Police, Dire Straits, The Cure, Kiss, Aerosmith, Toto, Ramones, The Carpenters. Para alguns o maior hit internacional da década foi "Have you Ever Seen The Rain?" da banda americana Crenndence Clearwater Revival , essa música ficou tão famosa que recebeu várias versões pelo mundo afora.

           Os filmes que fizeram sucesso e conseguiram marcar não apenas pela fotografia ou enredo, mas principalmente pela música - assim é que alguns ganharam Oscar de melhor Trilha Sonora ou Melhor Canção Original -  foram Hair, Os Embalos de Sábado à Noite, Priscila, a Rainha do Deserto, O Poderoso Chefão (1 e 2), Contatos Imediatos de Terceiro Grau, O Último Tango em Paris, Kramer versus Kramer, Um Violinista no Telhado, A Fantástica Fábrica de Chocolate (versão de 1971), Butch Cassidy and the Sundance Kid, Love Story, Luzes da Ribalta (Embora tenha sido um filme de 1952 ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora em 1973, vide 'O Gênio, o Cavalheiro, o Cavaleiro e o Vagabundo!', de 17 de julho), Expresso da Meia Noite, Star Wars Episódio IV - Uma Nova Esperança, são muitos e suas canções são simplesmente lindas, particularmente não sei qual o melhor, adoro cada um deles.

          Já no que se refere à música brasileira muitos acreditam que a década de 70 foi perdida, mas isso só se aplica se falarmos em Rock, já que poucas bandas conseguiram sobreviver, porque nos outros estilos musicais o Brasil deu um show. Foi uma época de transição e as bandas de rock, embora não tenham feito um trabalho excepcional, com algumas exceções, abriram caminho para o que veio a ser na década seguinte, a era de Ouro. A maioria delas nem deixou registro, simplesmente apareceu, gravou alguns trabalhos e rapidamente desapareceu, elas copiavam de forma ingênua os trabalhos que vinham de fora. Alguns exemplos são: Aero Blues (de onde surgiu Celso Blues Boy), Águas Bravas, Bacamarte (rock progressivo, dele saiu Jane Duboc), Bixo da Seda, de onde saiu Vinícius Cantuária em 1976, As Frenéticas, Moto Perpétuo (??? daí veio Guilherme Arantes), Sociedade Anônima, Som Imaginário (Banda que começou como apoio a Milton Nascimento e partiu para carreira solo) e O Terço, que foi uma das maiores bandas de rock dos anos 70, tendo como um dos integrantes Vinícius Cantuária. Geeeente, nunca ouvi falar dessas bandas, e eu que pensei que conhecia um pouquinho de música... É uma pena que tantos sonhos tenham terminado tão cedo, imagino como deve ter sido frustrante pra esses jovens, que queriam tocar rock, perceberem que a realidade do país naquele momento não abraçava músicas cujas letras não continham um enfoque social, romântico, humano ou vazio.

            Já como exemplos de músicos e bandas que conseguiram fazer sucesso na época, e ainda fazem, temos: Flávio Venturini, 14 Bis, Djavan, A Cor do Som, Guilherme Arantes, Oswaldo Montenegro, Beth Carvalho, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Fábio Jr. (bem, sobre ele é necessário fazer certas anotações, já que é um exemplo à parte de alguém que se adaptou para sobreviver. A tendência do mercado daquela época era que os cantores brasileiros gravassem em inglês com nomes estrangeiros, complicado né? ele usou pseudônimos como Uncle Jack e Mark Davis, o artista chegou a lançar um disco em 1974 e emplacou com a canção, "Don’t Let me Cry" , feita para uma namorada morta no incêndio do Edifício Joelma, ocorrido em São Paulo no ano anterior... trágico!), outros músicos brasileiros que também se "internacionalizaram" para conseguir trabalho foram Jessé e Pholhas.



          Como sempre nossos músicos deixaram sua marca, canções como "Te Amo Espanhola", "Amor de Índio", "Meu Bem-querer", "Álibi", "Andanças", "Caçador de Mim", "Só Louco", "Meu Mundo e Nada Mais", "Admirável Gado Novo"", etc, etc, etc, são o registro do que temos de melhor no período em foco, independentemente da década, da geração, nossas músicas serão sempre lembradas, tocadas e cantaroladas. Mas como se tratando de música o tema é universal também posso chamar de "nossas" outras canções que marcaram os anos das danceterias, como "I'll Be There","Ben", "Music and Me", "I Have a Dream", "Africa", "Skyline Pigeon", "Where Do I Begin", "If".... se fosse possível continuar, mas são milhares de músicas que os Anos de 70 nos trouxeram, não tem como colocar aqui todas que fizeram sucesso ou marcaram de alguma outra forma, sei que cada um que vier a ler esse post vai pensar: "Ela esqueceu aquela música que gosto tanto ou aquela música que me faz lembrar algo", posso ter esquecido ou então não conheço, mas faz de conta que a música de cada um está aqui, é só fechar os olhos e imaginá-la tocando...... !!!!!!!!

           Léia, amiga, que maratona, todas postagens de uma só vez, rsrsrs. Valeu!

          Uma maravilhosa semana, cheia de encantamento, sorrisos e felicidades. Beijossss!!!!!



O que a Década de 80 nos deu!

          A cada década que passa surgem fenômenos que se tornam eternos ou são apenas momentâneos. Seria lógico começar esse post de forma que os próximos fossem uma continuação cronológica, mas hoje quero falar da década de 80, portanto um pouco fora da ordem natural do tempo.

          Essa década em questão foi muito rica em bandas e novos cantores, tanto nacional quato internacionalmente, os vídeos criados são admiráveis até hoje, mesmo com toda a facilidade que os efeitos especiais possibilitam atualmente. Só para citar, alguns grupos internacionais de sucesso que surgiram nesse período foram: A-Ha, Bon Jovi, The Smiths, Duran Duran, Pet Shop Boys, Tears for Fears, entre vários outros. No cenário nacional temos a (sempre) Legião Urbana, RPM, Titãs, Engenheiros do Hawai, Ultraje a Rigor, Barão Vermelho, Blitz, Capital Inicial, Biquini Cavadão, Ira, Cazuza, Léo Jaime e muitos outros.

          A grande maioria das músicas criadas pelas bandas nacionais tinha como características principais a irreverência e a rebeldia contra um período de repressão e sofrimento no Brasil. Era o começo da "liberdade vigiada", foi uma época em que a verdade era dita de forma que se tornasse engraçada, mas ela estava ali presente em letras bastante inteligentes que diziam: "A gente não sabemos escolher presidente, a gente não sabemos tomar conta da gente..." do Ultraje ou então "Vamos celebrar a estupidez humana, a estupidez de todas as nações, o meu país e sua corja de assassinos, covardes, estupradores e ladrões...", da Legião. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência gente!!!!

          As bandas internacionais também deram um show nesse período, o A-Ha começou a fazer sucesso com "Take on Me", que se tornou um grande hit em 1985, o vídeo era e continua lindo, uma animação desenhada à mão, venceu 6 categorias; um dos grandes sucessos do Bon Jovi foi "Never Say Goodbye" de 1987; Tears for Fears lançou "Shout" em1985, atingindo o 1º lugar nas paradas de boa parte do planeta. 

          Lembram deles? No ano passado fizeram uma turnê de despedida e entre os países visitados estava o Brasil, quem esteve no show voltou no tempo, essa é uma das magias da música, esquecer o espaço e o tempo e voltar à adolescência.

          Em 1985 tivemos o primeiro Rock in Rio, que se transformou num evento de repercussão mundial. Ele conseguiu trazer bandas do mundo inteiro, que até então nunca haviam tocado na América do Sul. Assim era a letra da música que chamava para o show: "Todos numa direção, uma só voz uma canção, todos num só coração, um céu de estrelas..." e era do Roupa Nova, que não tocou no Rock in Rio! Entre as atrações daquele ano estavam o Queen, Iron Maiden, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Scorpions, James Taylor, Ivan Lins, Pepeu Gomes e Rod Stewart. O Queen classificou a apresentação como uma das cinco mais emocioantes do grupo e a execução da canção (que eu amo!!) "Love Of My Life" como a melhor jamais feita pela banda.



         

          Mas claro que nem só de felicidade é composto o mundo (um pouquinho de sarcasmo). Na década de 80 perdemos muitos artistas, entre eles John Lennon - que foi homenageado por Milton "Me diz como pode acontecer, um simples canalha mata um rei, em menos de um segundo. Ó minha estrela amiga, por que você não fez a bala parar?", Vinícius de Moraes (O Poetinha), Luiz Gonzaga, Nara Leão, Raul Seixas e outros tantos.

          Hoje, dia 21 de agosto faz exatamente 22 anos da partida do Raul, talvez ele tenha sido levado por aquele "...seu moço do disco voador...". O Maluco Beleza era cantor, compositor e produtor musical e até hoje ele figura nas listas dos cem maiores artistas da música brasileira, tendo atingido em 2008 a 19ª posição e em 2009 a 12ª. Raulzito (como também era chamado) deixou uma herança musical maravilhosa, músicas como Gita, Metamorfose Ambulante, Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, Tente Outra vez, Medo da Chuva, A Maçã, O Trem das Sete, ah, são tantas, é tão rico seu repertório que por mais que eu fale ainda deixaria a desejar, o bom mesmo é escutar suas músicas, assistir os vídeos e perceber que por traz daquele ar de irresponsável havia na verdade um gênio que conseguia letras maravilhosas. O Raul pegou o trem, sem passagem nem mesmo bagagem... e deixou a saudade.

         Enfim quero agradecer a colaboração de minha querida amiga e irmã do coração Ana Luz, que muito me ajudou com a pesquisa, aos comentários que recebo e que tanto me incentivam a continuar, quando comecei não acreditava que chegaria a 2000 visualizações, sei que é pouco, mas to muiiiito feliz, e quanto aos amigos que visitam esse blog mas não deixam comentários nem recadinhos sejam bem-vindos e sintam-se em casa.

         Beijossss e uma maravilhosa semana a todos!!!!

"Elvis não morreu!"

            Gostaria de ter tido tempo pra preparar algo que realmente homenageasse o Rei, mas com o corre corre da vida é tão complicado...

        Gente, para os que não sabem (ou porque não gostam ou por qualquer outro motivo) hoje – dia 16 de agosto de 2011 – faz 34 anos da passagem de Elvis Aaron Presley para o outro lado, 34 anos!!!! Já ouvi muitos dizerem “Elvis não morreu” e concordo plenamente com essa frase, afinal como ele pode ter morrido se suas músicas continuam sendo tocadas e continuam a emocionar milhares de pessoas pelo mundo? como ele pode ter morrido se seus discos continuam a ser vendidos aos montes?

             Elvis Presley, Elvis The Pelvis ou o Rei do Rock possuia uma das mais belas e completas vozes do século XX, ele era barítono, baixo e tenor. Sua versatilidade musical era (ou é?) indiscutível, ele conseguia interpretar suas canções com tanta sensibilidade, tanta doação; sempre procuro vídeos dele disponíveis no youtube e me emociono com cada um deles, com a gritaria das fãs (se eu tivesse estado lá também teria gritado muiiito!), com o carinho com que ele trata o público (realmente não acho que ele morreu, sempre uso o verbo no presente), a atenção que ele dedica aos músicos que o acompanham, ele É um exemplo de respeito e carinho. Como se não bastasse ainda foi e continua sendo um dos mais belos homens que já habitou esse planeta.

         Além de seu dom para a música ele ainda atuou como ator em  musicais, faroeste, drama e comédia romântica, tudo isso no período entre 1960 e 1965, os roteiros dos filmes não eram satisfatórios, porém os críticos reconheceram a versatilidade de Elvis, tendo assim recebido elogios. Seus filmes foram sucesso no mundo inteiro e dentre eles um é elogiado até hoje em dia: Viva Las vegas. 

          Nem só pobres mortais idolatraram Elvis, entre seu séquito de fãs estavam:

Bruce Springsteen, que pulou o muro de Graceland em 1976;

Jerry Lee Lewis, que entrou na casa de Elvis com uma pistola na mão também em 1976, de brincadeirinha, e foi preso;

Jonh Lennon, que disse : "Sei que Paul, Ringo e George estavam tão nervosos como eu ali na presença do rei"... "Aquele era o cara que tínhamos mitificado durante anos. No entanto, Elvis fez o possível para que nos sentíssemos em casa";  

Bono Vox "Era uma personalidade quase que Shakespeariana. Para mim, a música corria em seu sangue. Todos nós temos um pouco de Elvis na mente ou no corpo!" ; 

Eddie Murphy: "Este é meu ídolo, Elvis Presley. Ele é o maior artista que ja existiu. Acredito que é por causa de sua presença. Quando Elvis Presley entrava na sala, Elvis Presley entrava na sala. Não interessa quem estava na sala, Bogart, Marilyn Monroe."

Mick Jagger: " Ninguém, mas ninguém, nunca, se igualará a ele. Ele era supremo. " 

Bob Dylan: "Quando eu ouvi a voz de Elvis pela primeira vez eu sabia que não ia trabalhar para ninguém e ninguém seria meu chefe. Ele é o deus supremo do rock and roll hoje. Ouvir Elvis e como escapar da prisão. Eu agradeço à Deus por Elvis Presley."

Madonna: "QUERO SER COMO ELVIS PRESLEY - IMORTAL!!!!!" 

          Mesmo esses artistas que tanto nos encantam, dentre vários outros que deixei de citar, adoravam Elvis, ele não era apenas mais um cantor, ele era O cantor, era aquele que todos queriam ser, no qual muitos se espelharam...ele não morreu, como disse Madonna "Ele é imortal", porque enquanto uma música sua for ouvida, enquanto uma pessoa lembrar de sua voz e de seu carisma ele estará presente. Então hoje, 16 de agosto, pode ser lembrado como o dia em que o Rei do Rock foi cantar em outras esferas, talvez bem melhores que a nossa!

 

       Beijos a todos!!!!

           

Um Maravilhoso Dia dos Pais!

            Feliz Dia dos Pais a todos os papais!!!

        Como todas as datas comemorativas esse dia não podia ser diferente né? Essa comemoração teve origem na Babilônia, há mais de 4 mil anos (não imaginava que pudesse ser tão antiga!!!), um rapaz criou o primeiro cartão (em argila) desejando sorte, saúde e longa vida a seu pai. Naquela época os motivos eram totalmente desvinculados dos fatores comerciais, mas o tempo muda tudo, e como as outras datas, temos hoje em dia o verbo comprar como grande incentivador do dia que deveria ser movido por puro amor e carinho. Mas claro que podemos simplesmente dar um grande abraço, um beijo e desejar toda a felicidade do mundo a esse ser que nos pôs na terra, mas vamos e convenhamos, com a cultura em massa da comercialização, a TV mostrando a todo instante artigos como camisas, Ipod, eletrônicos em geral e outras coisitas mais caras, a gente se sente até desnaturado de chegar sem ter nenhum objeto palpável nas mãos...

         A implementação da data no Brasil é atribuída ao jornalista Roberto Marinho (tão bonzinho, rsrsrsr), que viu uma oportunidade para incentivar as vendas do comércio e, consequentemente, do seu jornal. Para o comércio essas datas são maravilhosas, nós acabamos por esquecer que amor não se compra, não se retribui com dinheiro ou valores materiais; amor se retribui com amor, com compreensão, com gentileza, com afago, com sentimentos puros e verdadeiros que não são encontrados dentro de uma loja de shopping em uma caixa com papel de embrulho vistoso e um laço de fita.

         Mas depois de todo esse discurso tenho que admitir que o presente de meu pai já está comprado há uma semana, afinal o bombardeio de Tvs e rádios, os outdoors, as conversas nos corredores, tudo isso faz uma tremenda lavagem cerebral e eu acabaria por me sentir uma filha desnaturada se chegasse apenas com um abraço.

         Mas esse post é para fazer uma homenagem a todos os pais, a todos os filhos e filhas que estão com seus pais ou que hoje sentem a saudade mais forte por não mais poderem estar a seu lado, para todos aqueles que sabem o verdadeiro motivo desse dia. Desejo sinceramente que ele possa vir repleto de alegrias, comunhão, abraços, beijos e até lágrimas, por quê não? lágrimas de agradecimento, de lembranças boas, de felicidade e de saudade. 

        Eu não poderia deixar de colocar uma música, é o Toquinho cantando " O Filho Que eu Quero Ter". Beijos!!!!





Nosso País é Musical!

          Dia desses percebi (sabe olhar e não enxergar?) como o Brasil é rico em gêneros musicais, é bem óbvio eu sei, mas nunca havia parado pra racionalizar esse assunto, tem músicas pra todos os gostos e todas elas são perfeitas no que trazem, o Samba, o Choro, a Bossa Nova, a MPB, o Pagode, o Frevo, isso só falando em alguns gêneros da segunda metade do século XX, porque se a gente voltar mais no tempo.... é assunto pra outro post.
        Quem nunca ouviu falar de sambistas como Cartola, Noel Rosa, Pixinguinha? Mesmo quem não sabe que músicas foram feitas por esses homens com certeza já cantarolou alguma que nem sabe que é deles. Acho que todo mundo conhece, na voz de outros cantores "As Rosas Não Falam", de Cartola, "Com Que Roupa?" de Noel Rosa e "Rosa" de Pixinguinha, que Marisa Monte canta divinamente. A Bossa Nova, que se originou do samba, é outro estilo maravilhoso, cantada por João Gilberto, Tom Jobim, o Poetinha. O marco inicial desse estilo se deu em 1958, quando João Gilberto tocou "Chega de Saudade" com uma batida diferente de violão.  A MPB, como forma abrangente, surgiu ainda no período colonial do Brasil, era a mistura de nossas raízes musicais, mas a MPB como conhecemos hoje foi criada em 1966(e eu amoooo), com a segunda geração da Bossa Nova, que já estava passando por um declínio.

          De um ponto a outro do país nossa diversidade musical é surpreendente, o Frevo, cantado no Recife e Olinda, é mesmo de ferver, que foi o verbo que deu origem ao termo. Músicas como "Frevo" que Chico Buarque canta tão bem, "Frevo nº 1 do Recife" que na voz de Maria Betânia é um sonho, quando ela começa com "Ai, ai saudade...." dá realmente uma saudade de algo não vivido, ou quem sabe vivido e esquecido.

          Gente, o Brasil é o país da música, da boa música, a sensibilidade de nossos compositores e cantores é muito grande. Não canso de ouvir Lenine, Raul Seixas, Emílio Santiago, Oswaldo Montenegro, Milton, Elba ramalho, Zé ramalho, Renato Russo, ufa, enfim, são tantos que a lista ficaria imensa. Minha querida Ana citou num comentário no post anterior: "porque ele(a) já deixou o palco? E aquela música que eu ainda queria ouvir?" Dos que ainda estão conosco podemos esperar novos trabalhos a qualquer instante, como o novo CD do Chico que tem 8 canções inéditas (Fico imaginando como ele -Chico Buarque- mesmo depois de tantas criações musicais maravilhosas ainda consegue colocar a alma no seu trabalho!) mas compositores que já se foram como Renato, Raul Seixas e Gonzaguinha nunca mais nos darão o presente de suas criações "e aquela música que eu ainda queria ouvir?????"

          E se? E se? E se ao invés de terem seguido essa carreira tivessem feito qualquer outra coisa? Não consigo me imaginar sem cantarolar "Sangrando", "Caminhos do Coração", "Tente Outra Vez", "Maluco Beleza", "Metal Contra as Nuvens", "Índios", "Leão do Norte", "Fim de Jogo" e tantas outras músicas brasileiras que seja em um ou outro estado de espírito sempre conseguem tocar o coração. Às vezes basta ouvir o início de "O Livro dos Dias" do Renato e as lágrimas teimam em cair, outras vezes essa mesma música traz o pensamento: Ele era um gênio! Já o Raul era aquele Maluco que conseguia, com suas letras, tão diferentes umas das outras, falar de amor, medo, traição, felicidade e infelicidade, todos sentimentos puramente humanos, então ele não tinha nada de maluco, era bem mais normal do que queria parecer. Ouvir o Lenine cantando "Leão do Norte" tira qualquer um da depre, dá vontade de tirar os móveis da frente e sair rodopiando pela casa, é uma daquelas músicas que fazem com que os pés tenham vontade própria. Não posso falar em Lenine e esquecer Antônio Nóbrega (que também adorooo), músico com formação clássica, discípulo de Ariano Suassuna, violinista do Quinteto Armorial, ele conseguiu reunir arte popular com sofisticação, pra mim é outro gênio, sei que poucos o conhecem mas tenho certeza de que quem se der ao trabalho de ouvi-lo cantar vai também amar esse compositor, dançarino e ator que tanto lembra Chaplin.

        Vou deixar o Lenine cantando Leão do Norte, que é o "Hino" não oficial de Pernambuco. Beijosss e uma semana maravilhosa e cheia de ritmos.