Sonho com tantas coisas simples e diversas vezes já me refugiei da realidade nesses "lugares" criados pela vontade e pela imaginação. É lá que apenas o Bom e o Belo existem e a miséria, o desrespeito, a ignorância, o preconceito e a maldade deixam de ter vez.
Levo também pra esse mundo as músicas, porque acredito que elas são uma forma de ligação com O Mundo Superior, seja ele como quer que você o imagine. Ah, as músicas das quais falo são as que tocam a alma, as que já existiam antes que alguém as "percebesse" e as tocasse; você reconhece essas músicas? elas te falam ao espírito e ao coração? se sim, então somos iguais; se não, bem, o mundo é feito de diferenças!!

terça-feira, 27 de março de 2012

Renato Russo

        Ele foi o mais talentoso e inteligente "letrista" do rock brasileiro, letrista porque assim ele se auto denominava quando era na verdade um poeta, suas canções falavam de amor, de perda, de solidão, de busca, de política e abandono social, Renato sabia como ninguém encontrar as palavras e referências perfeitas pra cada verso, cada trecho de música, e assim tantos anos depois do fim da Legião e de sua morte, as composições feitas totalmente ou em parceria com ele continuam falando a seus fãs da mesma forma e com a mesma força de antes.


        O menino Renato era tímido, afetuoso, tranquilo e inteligente, assim também era o jovem Renato e essa inteligência se mostrou em suas letras fortes e politizadas, em suas angústias convertidas em poemas, nas questões sociais que sempre o deprimiam. Depressão: outro ponto marcante de Renato... O adulto Renato era cavalheiro, gentil, amigo e ainda introspectivo, suas amizades falam dele com respeito, carinho e emoção, pelo homem e pelo artista.



         Com sua primeira banda, o Aborto Elétrico (1978-1982) Brasília, e alguns poucos pontos do país, tiveram um vislumbre daquele que viria a ser o maior e mais importante grupo de rock brasileiro. Na época do Aborto nem o próprio Renato fazia idéia de que ele conseguiria o que havia dito à família um dia: Que queria ser muito famoso e formar a melhor banda de rock do Brasil. Uma previsão mística... Renato também era místico. São dessa época músicas como "Ainda é Cedo", "Geração Coca-Cola", "Música Urbana", "Fátima"(gravada pela Capital Inicail) e "Que País é Este?". Depois de ter deixado a banda Renato intitulou-se de Trovador Solitário, foi um período de amadurecimento e crescimento musical, nesse período ele compôs "Faroeste Caboclo", "Eduardo e Mônica", "Dado Viciado", "Música Urbana 2", entre várias outras. Chegou então o momento de novamente formar uma banda, foi então que nasceu a Legião Urbana (ou como muitos preferem Religião Urbana).
         Ano de 1982, nesse momento surgia no país de forma messiânica o grupo que iria contestar, denunciar e dizer o que não devia ser dito, era a voz da juventude, uma juventude amargurada, presa e silenciosa, uma juventude que ganhou um porta voz e o transformou em um messias. Alguns viram nele toda a genialidade do homem-artista, outros apenas enxergaram o orador que falava em suas letras a realidade do país, de uma ou outra forma Renato conseguiu tirar da mesmice toda uma geração, letras como "Será", "Geração Coca-Cola"  e "Perfeição", se tornaram hinos, passaram a fazer parte do inconsciente coletivo do país, e hoje tantos anos depois de terem sido feitas elas continuam atuais. Um exemplo gritante dessa atualidade é a música "Que País é Este?" feita em 1978 mas que só foi gravada em 1987, porque, segundo o próprio Renato, havia a esperança de que ela se tornasse obsoleta, infelizmente não se tornou, muito pelo contrário.
         A música era seu norte, fez músicas para além de seu tempo, ele não as limitou a um momento. Queria atingir todas as faixas etárias, queria fazer músicas que ultrapassassem o aqui e o agora, o que dizer de canções como "Tempo Perdido", "Há tempos", "Indios", "Acrilic On Canvas", "Metal Contra as Nuvens", "Angra dos Reis", "Será", "Quase sem Querer", "Mil Pedaços", são dezenas de músicas que falam a cada um e a todos. E não eram apenas as letras e composições que impressionavam, também sua voz. O jornalista José Emílio Rondeau que foi produtor da Legião durante alguns anos, se enamorou da voz de Renato por causa de uma fita amadora, segundo ele "Só um cego ou surdo não constataria de primeira que Renato era John Lennon, Bob Dylan, Elvis Presley, Paul McCartney, Bruce Springsteen, Brian Wilson e Joe Strummer, tudo junto, num país tão carente de equivalentes nacionais."
         Esse homem comum e ao mesmo tempo extraordinário, escreveu e fez parte da História do Brasil, por mais que se fale, se diga ou se escreva, sempre vai haver algum detalhe que não foi falado, dito ou escrito. Esse cinéfilo que pretendia ficar na Legião até os 40 anos, tinha a ambição de daí até os 60 se dedicar ao cinema, já tinha até dois roteiros prontos, um que escreveu na adolescência, o mitológico Apolo e Daphne e o outro na fase adulta Faroeste Caboclo, baseado nos 159 versos de sua própria música, que conta a história de João de Santo Cristo, um santo e traficante, retrato do Brasil; dos 60 em diante seria escritor, mas ele não teve tempo, aos 36 anos ele se tornou um mito e deixou órfã aquela geração que cresceu, literal ou figurativamente, ouvindo suas "orações".


         Lembro do 11 de outubro de 1996, durante todo o dia "Via Láctea" tocou nas rádios, o CD - A Tempestade - ou O Livro dos Dias, foi o mais melancólico e triste feito pela banda, foi trabalhado e gravado durante a fase final da doença do Renato, é uma das várias obras primas que ele, juntamente com a banda, legou ao público. Hoje ele estaria completando 52 anos, não consigo imaginá-lo com essa idade, como ele disse em "Os Bons Morrem Jovens" - É tão estranho / os bons morrem jovens / assim parece ser / quando me lembro de você / que acabou indo embora cedo demais....".

Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

        Ah Renato, sou tua fã absoluta e por tabela da Legião Urbana, conheço cada uma de tuas composições e como milhares de outros fãs hoje queria poder te dar os parabéns e dizer o quanto você foi e continua sendo importante e querido pra uma infinidade de legionários. Essa é a minha pequena homenagem.


domingo, 18 de março de 2012

Il Divo

           Lembro bem da primeira vez que os ouvi cantar, fiquei completamente impressionada com a beleza e a grandiosidade dessas 4 vozes, assisti o mesmo vídeo várias vezes pra ter certeza de que o que estava sendo tocado era realmente tão perfeito. O tempo passou mas a minha admiração só cresceu, cada vez que escuto um CD ou vejo um show fico encantada, eles possuem talento nato e uma incrível harmonia no palco, é relaxante e emocionante vê-los e ouvi-los cantando regravações de músicas com novas roupagens e transformadas em óperas.


           A idéia para a criação do grupo nasceu em 2001 e após dois anos à procura das vozes perfeitas nascia o Il Divo, em dezembro de 2003. O grupo é composto por quatro cantores e todos eles possuem uma voz completamente musical, foi a união perfeita, a graça e a entonação angelical de Urs, a força de Carlos, a formação vocal de David e a delicada e emocionante beleza da voz de Sebastian.


           Urs, que é suíço, teve sua formação musical iniciada aos 5 anos, aprendeu a tocar violino, clarinete, piano, guitarra e bateria. Sua carreira musical começou aos 15 anos, cantando em uma banda cover, aos 17 era vocalista em um grupo heavy metal, ao mesmo tempo já havia começado na música liríca, mudou-se para Amsterdã e começou a cantar no coro da Ópera holandesa. Usando suas próprias palavras: "Eu amo cantar sobre um palco. A emoção de cantar me arrepia de baixo acima a espinha. Sinto a música, sou apaixonado por isso. Naquele instante é tudo que preciso. Há algumas canções como "Caruso", que quando estou lá só penso 'Oh, Deus, isto é tão maravilhoso'....não preciso da coisa toda da fama; é o processo de fazer a música que satisfaz uma necessidade profunda em mim."

Urs Bühler - Tenor

           Carlos, nascido na Alemanha mas criado em Madrid, começou sua carreira musical gravando seu primeiro álbum aos 8 anos de idade, o disco A Litlle Caruso continha músicas como O Sole Mio e Granada, aos 10 aos gravou seu segundo álbum, ficou conhecido como Carlos, o pequeno Caruso. Desde então ganhou vários premios e uma importante reputação musical, participou de musicais, filmes e diversas óperas sendo aclamado como barítono. "Acho que posso dizer que tive uma vida encantada. Desde a infância, um êxito seguido de outro. Mas isto não sigifica que nunca experimentei a infelicidade, a humilhação ou a mágoa.... aprendi o caminho difícil da perda e do sofrimento. Aquelas mágoas, entretanto, tem um outro lado. Muitas árias e canções são sobre amor não correspondido, dor e perda, e as minhas mágoas pessoais certamente afetaram como eu as canto."

 Carlos Marin - Barítono

           David, o único não europeu do grupo, percebeu desde a infancia que tinha um grande talento: a voz. Graduou-se no Oberlin Conservatory of Music, em Ohio. Dentre os 4 David possui a mais completa formação liríca, reconhecidamente seu melhor trabalho antes do Il Divo foi na Broadway, na Ópera de Puccini La Boheme, no papel de Rodolfo. 

David Miller - Tenor

          Sebastian, francês, é um músico autodidata, com talento evidente para a música desde a infância, aprendeu piano aos 8, guitarra aos 13 e aos 15 já estava compondo. Compôs canções para diversos cantores franceses, mas só aos 27 gravou seu primeiro álbum. É o único do grupo que não possui formação clássica, sendo sua voz classificada como popular. Sua canção "Si Tu Savais" foi classificada em primeiro lugar nas paradas da música pop francesa. Li essa entrevista dele e fiquei mais impressionada ainda com sua determinação: “Naquela época (na infância) as pessoas sempre me diziam que eu não tinha futuro, que era um aluno ruim e que nunca viria a ser nada na vida. Surpreendentemente, essas críticas não me desanimaram, pelo contrário, fizeram com que eu ficasse determinado a provar o contrário. Mais tarde, percebi que não enxergava o suficiente para ser piloto de uma companhia grande como a Air France. Fiquei chateado, mas a experiência me fez refletir. Está bem, pensei, é sonhar muito alto. Mas eu tenho uma paixão ainda maior em minha vida: a música! E se eu trabalhar essa paixão com afinco tudo vai dar certo. Na verdade trabalhava com tanto afinco que me tomava o tempo todo, tanto que, às vezes, esquecia até de comer; a música tornou-se meu alimento, minha energia. Eu sentava, de olhos fechados, sonhando com nada além de música, por horas e horas."

Sebastian Izambard - Vox Populi

           Esse é o Il Divo, nome bastante apropriado, o apelo fisíco é evidente, mas nem por isso a verdadeira causa de tanto sucesso se torna menor: A voz, essa é a  essência do grupo, é por esse dom que os 4 estão unidos e formam uma maravilhosa unidade, trazendo tanta emoção e encantamento a quem os escuta. Seu primeiro CD, Il Divo, de 2004 vendeu em menos de 1 ano, mais de 5 milhões de cópias, ultrapassando a marca de cantores bem mais conhecidos e se tornando um multiplatino. O sucesso do grupo foi tão grande que até 2010 eles já haviam vendido mais de 25 milhões de cópias. Para marcar o impacto que eles tiveram mundialmente no uniiverso da música clássica fez-se necessário criar um premio de honra que reconhecesse essa proeza, assim nasceu o "Artista da Década", com o qual eles foram homenageados no Classic Brit, no Royal Albert Hall, em Londres, em 12 de maio de 2011.
          Desde que os conheci comecei uma busca insana por CD's e DVD's do grupo, os quais, pasmem, não estavam à venda no Recife, esse fato me deixou atônita!!! precisei esperar que a Livraria trouxesse meus pedidos. Hoje, assim como antes, me emociona escutar suas vozes e a total harmonia de seus talentos. A interpretação e sensibilidade observadas em cada canção, a quase veneração que eles dedicam à música que cantam me fazem perceber que ainda existem muitas coisas belas na Terra, com músicas assim estamos mais próximo do angelical. Il Divo pra mim é como magia, dá pra fechar os olhos e sentir toda a beleza e graça contidas nas notas e com um pouco de esforço podemos até ver cores e formas passando em frente a nossos olhos. Sensações assim só podem ser despertadas pelo que há de melhor, é como um livro maravilhoso, um filme que deixa uma marca na nossa alma, pra mim eles são os melhores no que fazem.
         São tantos os vídeos disponíveis e todos tão lindos, fiquei tentada a colocar todos aqui, mas infelizmente precisei escolher entre eles.





         Luiz Fernando e Glória, muito obrigada amigos pela visita e comentários no post passado. 
         Uma maravilhosa semana, com encantamento e beleza.
         Beijos!!!

terça-feira, 13 de março de 2012

Que Seja Infinito Enquanto Dure...

           Uma das grandes proezas do cinema é o fato de conseguir nos deixar com a emoção à flor da pele, ele nos traz sentimentos que ficam para sempre guardados na memória, e pouco importa se os finais são ou não felizes, o riso, a tristeza, a expectativa e a surpresa são elementos que nos envolvem e nos fazem sonhar.
           Um dos temas que conseguem com facilidade nos deixar emocionados e sempre esteve presente nos filmes, em qualquer época, é o amor, os grandes romances da tela são capazes de transportar cada um de nós no tempo e no espaço, nos tornar cúmplices de um casal e tão próximos dele que torcemos a cada instante pelo "e foram felizes para sempre...". Mas o filme inesquecível é sempre aquele que tem um amor impossível, aquele amor que por uma fatalidade ou capricho do destino faz com que os amantes fiquem separados.


          Temos tantos desses exemplos nas telas, filmes que se tornaram campeões de bilheteria, que nos fizeram chorar e compartilhar do sentimento sentido pelos personagens. E O Vento Levou (1939), Romeu e Julieta (1968), As Pontes de Madison (1995), O Corcunda de Notre Dame(1956), Ghost (1990), Dr. Jivago (1965), Love Story ( 1970), Suplício de Uma Saudade (1955), Casa Blanca (1942), Em Algum Lugar do Passado (1980), O Milagre (1959), Em Nome de Deus (1988) e tantos outros. São obras de arte atemporais, criadas por uma mente apaixonada e sensível. Lembro de cada vez que assisti esses filmes, mesmo quando era criança, e em todas elas não consegui (nem quis) controlar as lágrimas, afinal qual a graça de se emocionar e não expressar os sentimentos?
           Lembro do nó na garganta quando, em Casa Blanca, considerado o melhor filme de amor, chega a cena final, será que se não tivesse sido daquele forma ele seria lembrado até hoje? será que a célebre frase "Nós sempre teremos Paris" seria tão repetida? A dor na separação de Meryl Streep e Clint Eastwood em "As Pontes de Madison" é terrivelmente real, sempre me impressiono com o sacrifício e a renúncia da personagem, como deve ser difícil escolher a manutenção e o amor pela família se sujeitando a continuar sendo invisível em detrimento de uma paixão tão grande; O filme Dr. Jivago, baseado no romance de Boris Pasternak, é, pra mim, simplesmente maravilhoso em todos os aspectos, em cada cena, em cada fotografia, em cada canção, no amor entre Lara e o Dr. Yuri e no final tão inesperado e solitário; Um filme que poucos conhecem mas que eu amo é "O Milagre", ele não é uma grandiosa produção cinematógráfica, mas possui beleza e delicadeza de sobra, possui um quê de místico e divino, e assim como os outros também tem um final inesperado e triste; A vida real é uma fonte constante de sonhos e dramas, exemplo desse fato é o filme "Em Nome de Deus", baseado na história de Pierre Abelard e Heloise, que viveram na França do século XII, um romance com facetas tão trágicas que bem poderia ser confundido com a ficção, a história é tão bela quanto triste e mostra a coragem e o amor infinito de um casal separado pela maldade e ambição, simplesmente lindo! Campeão de bilheteria e aclamado pelo público, "Ghost" trouxe para as telas um amor tão intenso que foi mais forte que a morte, com ele os grandes romances voltaram às telas, com ele voltamos a nos encantar com esses amores que transcendem o tempo.
           Além da beleza das cenas, outra coisa em comum nesses filmes é a trilha sonora, são todas belíssimas, todas se tornaram hinos de amor que até hoje são tocadas e associadas a algo belo e forte, quem nunca ouviu o tema de Love Story? uma das mais belas canções de todos os tempos, mas não podia ser de outra forma, filmes de amor são feitos para emocionar e a música tem o poder de tocar a alma.

 
     Dr. Jivago


Casa Blanca


Em Algum Lugar do Passado
 

Love Story

         Amo Love Story, ele é realmente uma História de Amor, a total entrega de Oliver e Jenny, a luta para ficarem juntos e contra a doença. A primeira cena do filme já é um quadro perfeito, com Oliver sentado na neve se perguntando o que dizer sobre uma jovem de 25 anos que morreu, mas apesar da melancolia que essa frase traz ele é um filme feliz, até a chegada do final, merece ser assistido sempre, é atemporal.
         Não quis com esse post passar a impressão de que a tristeza nos marca mais que a felicidade, não é isso, mas acho que no que se refere a filmes ficamos mais envolvidos, nos tornamos, como disse antes, cúmplices de um casal e torcemos para que tudo fique bem, como isso não acontece nos colocamos "à disposição" deles, como se fossem pessoas reais, e nos apiedamos daquele sofrimento como se fosse nosso; nas histórias felizes simplesmente rimos com eles e saímos felizes do cinema porque eles estão felizes, não é assim?
         Sinto muita falta desses filmes, claro que temos muitos trabalhos bons hoje em dia, mas algo está diferente, falta profundidade, falta arrebatamento, falta um grande amor!
         Cassinha, Rosane, Glória e Cesar, muito obrigada pelos comentários no post anterior, adorei ler cada um. Rô, você é uma maratonista amiga, fazer todos aqueles comentários em uma noite!!
         Beijos a todos e uma semana maravilhosa!!!

domingo, 4 de março de 2012

Era Uma Vez.....

            Hoje resolvi falar de um assunto que eu amo, que me emociona e me acompanha desde a infância: Os Desenhos de Walt Disney! E tudo começou em 1918, quando, em suas horas de folga, ele fazia desenhos e caricaturas....
            Quem nunca assistiu um desses filmes e sentiu os olhos se encherem de lágrimas no final? Quem nunca torceu pela mocinha, pelo herói, pelos animais (que Walt Disney tanto amava) e por um final que representasse a amizade, o amor e a dignidade buscados na vida real? 
           Walt Disney é, sem dúvida alguma, a personalidade do Cinema mais conhecida no mundo inteiro. Ele não inventou o desenho animado mas melhorou consideravelmente a sua técnica, criou um estilo inconfundível e deu ao gênero personalidade própria. Ele criou uma fabulosa organização que, até hoje, após sua morte, em 1966, continua irradiando alegria e emoção para os fãs de todas as idades nos mais longínquos cantos do planeta. Perfeccionista, poeta e amante da natureza, construiu um universo fantástico, onde a ternura e a graciosidade convivem harmoniosamente com a beleza. Grande reconhecedor de talentos, induziu sua equipe a forjar, com entusiasmo e dedicação, obras-primas cheias de vivacidade e riqueza de detalhes que produziram efeitos mágicos inesquecíveis. 

 
          Ele sempre usou como tema contos de fadas conhecidos, lendas, mitos e histórias para crianças, que, em suas versões originais, não tinham o final feliz e arrebatador tão nossos conhecidos. Na verdade esses contos que inspiraram Disney estavam mais para terror e bicho papão.  O conto original que inspirou "A Bela Adormecida" foi escrito pelo francês Charles Perrault em 1697; "Branca de Neve" ou Little Snow-White, ficou popular por meio dos Irmãos Grimm que ouviram a historia de duas irmãs Jeannette e Amalie Hassenpflug; "Cinderela" é um conto com registros dos anos 800 na China, é o conto de fadas com mais versões conhecidas, cerca de 3000! Porém a versão da Disney foi inspirada nos escritos de Charles Perrault; "O Corcunda de Notre-Dame" foi baseado na história de Victor Hugo  de 1831; "Pinóquio" em sua versão original era engolido por um tubarão...


         Mas Disney conseguiu a proeza de desvencilhar esses contos de seus originais e envolvê-los em uma aura de magia e fantasia. Não é à toa que ele ganhou 22 estatuetas com "seus" contos, não é à toa que até hoje milhões de pessoas no mundo lembram de desenhos passados há tanto tempo. Entre 1937 com "Snow-White", que apesar das críticas foi sucesso de público, até hoje com "Carros 2", os desenhos da empresa são sucessos garantidos, pois falam de amizade, respeito, união, sacrifício, bondade e amor. Cenas marcantes sempre acompanhadas por belíssimas músicas orquestadas, são uma constante nesses filmes. Em "Irmão Urso" Sitka é um exemplo de sacrifício, Kenai e Koda de coragem e lição de vida na escolha do que é realmente importante,  ao som de Phil Collins; Em "O Rei Leão" (pra mim uma das maiores obras de arte do cinema), que ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora, há a alegria e a esperança em um novo tempo, a reverência da natureza ao nascimento de uma nova vida, a dor da perda na morte de Mufasa, há o eterno duelo entre o bem e o mal, há a aceitação do medo como algo intrínseco à vida, a escolha entre a irresponsablidade da juventude e a realidade da responsablidade; "Toy Story" em seus 3 filmes traz a amizade pura, simples e profunda como tema principal, traz o crescimento e o novo olhar para o mundo, com seus novos quadros, onde os brinquedos são uma maravilhosa lembrança de uma fase passada; Quem não se emocionou com "Monstros S. A."?, quem, na infância, não teve medo do bicho papão que iria sair do armário? Ah, temos ainda "Vida de Inseto", "Ratatouille", "Wall-e", "Mogli", "Peter Pan", "Fantasia", "Pocahontas", "A Bela e a Fera", "Bernardo e Bianca", "O Caldeirão Mágico", "Pinóquio", "Bambi", "Procurando Nemo" e tantos outros filmes que de alguma forma deixaram sua marca.


           Sei bem o quanto falam de imagens e mensagens subliminares presentes nos desenhos da Disney, sei o quanto a internet está recheada desse assunto, mas eu particularmete me abstraio desse lado, procuro sempre o que há de positivo e de belo nos filmes, as lições de moral e de vida, o que sempre me encantou e comoveu, a graciosidade e a ternura no comportamento dos personagens, a indignação com o que está errado, com as injustiças e a perseverança no bem e no correto. E como amante da música não posso deixar de admirar também as composições feitas ou readaptadas para embelezar ainda mais esse maravilhoso mundo, as canções são uma obra prima à parte, com beleza própria e independente do filme, mas que a partir do momento da união para formar o todo, se tornam um conjunto gandioso, feitos um para o outro. 





           A sensação de nostalgia e encantamento sempre me preenchem depois de assistir a um desenho da Disney, o sentimentalismo é uma parte forte em mim e talvez por esse motivo esses filmes me emocionam tanto, evocam lembranças de momentos bons, de infância feliz, de família e amizades. Aos que não enxergam nenhum desses valores nos filmes, devo dizer que acho estranho, aos que, assim como eu, se sentem encantados, esse post é para vocês!
          Uma maravilhosa semana de alegrias, paz e beleza!
          Beijossss!!!!!