Sonho com tantas coisas simples e diversas vezes já me refugiei da realidade nesses "lugares" criados pela vontade e pela imaginação. É lá que apenas o Bom e o Belo existem e a miséria, o desrespeito, a ignorância, o preconceito e a maldade deixam de ter vez.
Levo também pra esse mundo as músicas, porque acredito que elas são uma forma de ligação com O Mundo Superior, seja ele como quer que você o imagine. Ah, as músicas das quais falo são as que tocam a alma, as que já existiam antes que alguém as "percebesse" e as tocasse; você reconhece essas músicas? elas te falam ao espírito e ao coração? se sim, então somos iguais; se não, bem, o mundo é feito de diferenças!!

domingo, 25 de setembro de 2011

Feliz Aniversário Meu Amor!!!!!

            E de repente se passaram 10 anos....
            25 de setembro! Hoje abri um espaço pra homenagear O aniversariante! Meu cúmplice, amigo, companheiro, o homem mais paciente e carinhoso que já conheci e, segundo minhas amigas-irmãs, um santo, rsrsr, só porque ele aguenta minhas chatices e ataques. Hoje é o seu aniversário, mas setembro também é o mês em que completamos dez anos!!! Parece que foi ontem, mas ao mesmo tempo parece ter passado bem mais do que isso.

            Foi esse moço da foto que me apresentou filmes que eu subestimava, mas no momento em que conheci se tornaram filmes que marcaram minha vida, foi ele que me apresentou "Mira Ira", que simplesmente amoooo, foi ele que me ensinou a não desistir fácil, que acreditou na minha capacidade quando eu mesma duvidei dela.  
           Queria poder dizer, como tantos dizem, que temos uma música, mas não temos a nossa música, temos muitas músicas e cada uma delas marca um momento, traz uma lembrança, assim também é com os desenhos animados antigos, com os filmes, em todos esses anos foram centenas de filmes assistidos, revistos, adorados, criticados ou esquecidos. Todos esses e muitos outros detalhes formam um casal com todas as alegrias, discussões e mãos dadas inerentes a um.
         

Hair é um dos nossos musicais preferidos (um dos muitos!)


Butch Cassidy and the Sundance Kid, tão lindo quanto triste...


Mais um filme maravilhoso, que amamos.


 Ah, os desenhos antigos.....

            Não tenho certeza do motivo que faz com que duas pessoas se encontrem, não sei se é destino, se é o acaso ou se simplesmente um caminho escolhido num determinado momento da vida, só sei que esse "caminho" me trouxe essa pessoa maravilhosa, que tem atravessado comigo todos os oásis e terrenos pantanosos que a vida oferece, sempre com música, cor, ensinamentos e carinho.
            Parabénsss meu amor, que Deus cubra de bênçãos tua vida!!!!!
            Beijos, beijos e mais beijos!!!!
          

         

          
            

domingo, 11 de setembro de 2011

Anos Dourados e Rock and Roll!

           Com o fim das duas Grandes Guerras chegou a década de 50. Foi a época da Juventude Transviada, dos Rebeldes sem Causa, do surgimento do Rock and Roll, a Idade de Ouro do Cinema; Morreram James Dean aos 24 anos, Ritchie Vallens pouco antes de completar 18 (que compôs a balada Donna e o rock La Bamba, sendo, segundo Raul Seixas, o dia 3 de fevereiro de 1959 "o dia em que o rock bateu as botas", já que com sua morte esse estilo musical deixou de ganhar uma significativa contribuição) e Carmem Miranda e nasceram Madonna e Michael Jackson; foi o período em que o mundo se dividiu em dois grandes blocos: o capitalista e o socialista, era a Guerra Fria, como ficou conhecido o momento do pós-guerra em que as armas foram baixadas mas continuavam lá, em uma paz armada! No Brasil o Congresso Nacional considerou crime qualquer ato de racismo, Getúlio Vargas se suicidou (é o que diz a História), JK se tornou o primeiro presidente eleito pelo voto direto, ocorreu a primeira Bienal de Artes de São Paulo (ou seja, do Brasil), foi criada a Petrobrás, inaugurada a TV Record, Marta Rocha perdeu o título de Miss Universo (aquelas duas polegadas a mais), conseguimos o primeiro título mundial em uma copa. Foram os Anos Dourados.
            Voltando ao estilo que mais fez sucesso nesse período e que nos anos seguintes vestiu uma nova roupagem, mas sem se distanciar da matriz, o Rock se desenvolveu durante e após a década de 50. Suas raízes emergiram e se definiram nos EUA no início dos anos de 1950, ele evoluiu do blues, da  música country, do rhythm and blues, do jazz, do folk e ainda da música clássica. Seus maiores representantes na época foram Elvis, Chuck Berry, Jerry "The Killer" Lee Lewis e Litlle Richard. O Rock chegou de mansinho, mas chegou pra ficar. Ninguém da época havia acreditado no estilo, afinal como alguém podia gostar daquela música barulhenta? como ela podia ter alguma importância?...mas foi uma epidemia, assolou o país inteiro e as pessoas só pediam Elvis, Litlle Richard, Jerry Lee Lewis e Ray Charles. A nação ficou completamente espantada e dividida entre adultos repressores e jovens "loucos" cada vez mais ansiosos pela liberdade, igualdade e excitação que só o Rock&Roll despertava. Era a trilha sonora da década....Lêdo engano, é a trilha sonora que continua no topo.
           Como música e cinema andam juntos, os filmes feitos não fugiam à regra da rebeldia e da procura pela liberdade foi assim que "Um Bonde Chamado Desejo" de 1951 com Marlon Brando e "Juventude Transviada" de 1955 com James Dean, moldaram uma geração. Os rapazes começaram a imitar James Dean e usar a camiseta branca de Marlon Brando. As roupas mais utilizadas eram as jaquetas de couro e calça comprida e, claro, com seus topetes caídos na testa. Outros filmes desse período mas que possuiam outra temática (e nem por isso deixaram de fazer sucesso) foram "Os Homens Preferem as Loiras" que transformou Marilyn Monroe em uma Diva do cinema, "Cantando na Chuva", com a célebre cena de Gene Kelly dançando "Singin'in the Rain" de 1952, "A um Passo da Eternidade" com Burt Lancaster de 1953, esse filme foi um verdadeiro escândalo e sua exibição por pouco não foi proibida, tudo isso por causa do beijo na praia entre os personagens (igual aos dias de hoje!!!), são também desse período "Assim Caminha a Humanidade", "Ben Hur" (que eu amo), "Janela Indiscreta", "Minha Espada, Minha Lei" com Errol Flynn(assistiu esse Rô?), "Alice no País das Maravilhas", "Cinderela", "A Dama e o Vagabundo" e "Peter Pan", e falando de Disney todos sabemos que as canções de seus filmes sempre tocam fundo!

Marlon Brando em sua camiseta branca que ditou moda.

            No Brasil não existiam legítimos roqueiros, o mais próximo que tivemos do rock nesse perído foi uma cantora de samba que resolveu incursionar pelo rock, era Nora Ney cantando a versão do "Rock Around The Clock" (um dos hinos do rock&roll americano), abrasileirado para "A Ronda das Horas", o papel dessa cantora foi muito importante, pois abriu os olhos da juventude brasileira para jornais, revistas e programas de rádio que traziam os então reis do rock americano. Mas ao contrário da juventude "transviada" dos EUA nossas gravadoras procuravam garotos de bem e moças de família para dar início ao que seria o rock brasileiro, foi assim que Tonny e Celly Campelo lançaram seu primeiro disco. Também surgiram nos Anos Dourados, mas não com rock, Cauby Peixoto, Agostinho dos santos, Noite Ilustrada, Sérgio Reis, Dick Farney, Golden Boys e o Maestro Tom Jobim.
            Foi nesse período que as indústrias da música e do cinema tornaram-se extremamente poderosas e influentes. E dessa forma começaram a ditar a moda também no Brasil, era o rompimento definitivo com o convencional. Foi o começo de uma nova era.
            Ao iniciar esse "passeio" musical no tempo, não pretendia seguir uma sequencia cronológica, mas inevitavelemte acabou acontecendo, na verdade achei até melhor, assim parece que estamos seguindo por uma linha de trem, voltando ao começo, chegando àquela estação distante que não fez parte de nossa vida mas que influenciou e ajudou a construir a pessoa que nos tornamos. Afinal como seria nossa vida se não fossem as transmissões televisivas, a internet ( não consigo me imaginar sem!), a ida do homem à lua, ao espaço, as milhares de músicas criadas, os ritmos que surgiram com o decorrer do tempo? Como seria nossa vida sem as músicas do Queen, do Chico, do Elvis, dos Beatles, da Legião? sem aquela música que acabou se tornando a nossa música e que diz exatamente aquilo que estamos precisando ouvir, o "sinal" que estávamos esperando? Somos o resultado de uma soma de eventos e não temos como escapar desse fato....
           Como não consegui vídeos reais do Ritchie Vallens cantando La Bamba, coloquei a cena do filme de mesmo nome, é lindo, para quem não assistiu, vale à pena.


           Já dissse antes, mas não custa repetir: Adoro as dicas e lembranças de vocês, tem sempre aquele fato, música ou cantor que não foi lembrado, mas que não é menos importante, então vai chegar o momento em que cada um deles vai ganhar um espaço no blog.
           Ana, lembro sim da Nikka Costa, eu adorava "On My Own", mas não tem como lembrar todos!
           E Rô, quando coloquei o Freddie cantando "Who Wants To Live Forever" lembrei no mesmo instante do filme "Highlander", adoro, chorei tanto, rsrsrs, e não tem como não associá-lo ao outro escocês e a um certo navio....
           Sandra, valeu amiga pela ajuda como revisora!
           Obrigada a todas vocês, amigas queridas, que sempre me incentivam com esse carinho.
           Beijos e uma semana linda, maravilhosa e com muita música!


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Freddie Mercury - Uma Homenagem

           No dia 5 de setembro de 1946 nascia Farrokh Bulsara, que todos conhecemos como Freddie Mercury (que eu adoro!), hoje esse ídolo mundial estaria completando 65 anos! Freddie nos deixou um legado musical magnífico, a banda Queen, da qual ele era líder e vocalista, fez trabalhos que nos emocionam e encantam até hoje.
           Tendo integrado a banda Smile como vocalista em 1970, o até então apenas Freddie, resolveu mudar o nome da banda para Queen e complementar o seu próprio nome, aí nascia Freddie Mercury, há duas lendas que possivelmente explicam a escolha do Mercury (Mercurio): uma por ser o deus dos mensageiros e outra por ser o planeta do seu signo ascendente. Também em 1970, Freddie conheceu Mary Austin, eles viveram juntos por 5 anos. Foi com ela que assumiu sua orientação sexual, os dois, mesmo separados, mantiveram um forte laço de amizade até o fim de sua vida. Mary foi a inspiração para a música "Love Of My Life", de acordo com declaração do cantor e de seus companheiros de Banda, sendo Mary, acima de tudo, o seu verdadeiro amor.
          O Queen já vendeu mais de 300 milhões de cópias no mundo inteiro. Foi uma das mais populares bandas britânicas entre os anos 1970 e 1980, alguns dizem ter sido a precursora do rock como o conhecemos hoje, com magníficas produções dos seus concertos e videoclipes das suas canções. Mesmo nunca tendo sido levada a sério pelos críticos da sua época, que consideravam a sua música "comercial" (a crítica de hoje, com a qual eu concordo, os considera como uma das melhores bandas de rock de todos os tempos), a banda tornou-se uma das mais famosas entre o público, concretizando-se de forma sublime no trabalho  A Night at the Opera (1975), “o disco branco do Queen”, um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos, no qual ópera, hard rock, heavy metal, progressivo convivem de forma perfeita, somando-se ainda a mistura única entre as complexas e elaboradas apresentações ao vivo e o dinamismo, voz e carisma da sua estrela maior, Freddie Mercury.

          As músicas compostas pelo grupo (a maioria foi composta por Freddie) são daquelas que transcendem o tempo, tocam a alma, elas se tornaram hinos universais, canções como "Love of My Life", "We Are The Champions", "Who Wants To Live Forever", "Save Me", "Somebody To Love", "A Kind Of Magic", "Radio Gaga", ahhhh, são todas excepcionais, não tem como dizer que aquela é melhor que essa, que uma marcou mais do que a outra, as canções do Queen marcam momentos, cada uma traz consigo uma lembrança, elas têm o condão de nos transportar pra outro tempo (como em "Who Wants to Live Forever") ou para outro lugar.


        No palco, assim como nas composições, ele era a estrela, suas exibições ao vivo eram lendárias, ele tornou-se a imagem da banda. A facilidade com que Freddie dominava as multidões e os seus improvisos vocais  envolvendo o público no show tornaram as suas turnês um enorme sucesso na década de 70 e principalmente nos anos 80, eles lotavam todos os espetáculos apresentados em qualquer lugar do mundo.
          O maior sonho musical de Freddie era cantar com Montserrat Caballet, ele realizou esse sonho em 8 de outubro de 1988, no Festival La Nit, em Barcelona. O Queen nunca se separou, embora tenham surgido boatos nesse sentido, principalmente quando ele cantou com a Diva, foi a realização de um sonho, o grupo continuou unido e foi assim até sua morte em 24 de novembro de 1991. O vídeo abaixo é a realização de seu sonho e mais um dos maravilhosos presentes que ele nos deixou.


         Em uma declaração um pouco antes de morrer, Freddie dá a melhor definição de si mesmo: "Você é a ultima pessoa com quem falo.... provavelmente vai ter a melhor entrevista, meu caro. Não quero mudar o mundo. O que mais me importa é a felicidade. Quando estou feliz, meu trabalho reflete. No final, os erros e as desculpas são minhas. Gosto de sentir que estou sendo honesto. No que me compete, quero aproveitar a vida, a alegria, a diversão, o máximo que puder nos anos que ainda me restam. Pronto, já gravou? Agora, use. Foi o mais perto que cheguei a me emocionar em uma entrevista."
         Esse foi Freddie Mercury, o homem que queria ser uma lenda e conseguiu pois cada vez que uma de suas músicas é ouvida, um de seus vídeos é assistido e a emoção domina é porque a lenda está viva, é porque aquilo que ele se propôs a fazer ele fez com todo o coração e perfeição. Ele agora deve estar compondo canções ainda mais belas nas dimensões que, gosto de acreditar, habita junto com outros gênios da música. "Os bons morrem jovens...".
        "E aquela música que eu ainda queria ouvir?" Muitas saudades Freddie Mercury!

domingo, 4 de setembro de 2011

A Riqueza Musical e os Ensinamentos dos Anos 60!

           Quando comecei a escrever esse post não imaginava a dimensão da riqueza musical desse período, isso em termos mundiais. Foram muitos os cantores, bandas e compositores que surgiram nessa época, tem música pra todos os gostos, festivais que se tornaram símbolo e que até os dias de hoje são mencionados como fato histórico ou como a marca de uma ideologia.
            A década de 60 foi recheada de tensão política (que trouxe guerra), de manifestos, de descobertas, de conquistas, de ganhos, de perdas. Foi nessa década que o homem chegou ao espaço, pisou na lua, Brasília foi inaugurada, o Brasil ganhou o bicampeonato mundial de futebol, o filme brasileiro "O Pagador de Promessas" conquistou a Palma de Ouro em Cannes, Martin Luther King, Jonh Kennedy e Che Guevara foram assassinados, morreu Marilyn Monroe, aconteceu o Golpe Militar no Brasil, teve início a Guerra do Vietnã, foi feita a primeira transmissão em cores da TV, ocorreu a construção do Muro de Berlim e foi enviada a primeira mensagem de e-mail entre computadores distantes. Claro que houve várias outras coisas, mas só o que citei já dá uma idéia do quanto os anos entre 1960 e 1969 foram ricos, polêmicos, violentos, tecnológicos, mas foi também nesse período que houve o fortalecimento dos movimentos pacifistas. 
            Com todos esses acontecimentos a música não podia deixar de ser influenciada por um contexto social, filosófico e de protesto, e foi o que aconteceu, não com todos, mas com grande parte dos músicos do período. No cenário internacional em 1960 surgiram os Beatles e nos anos seguintes Rolling Stones, Bee Gees, Led Zepelin, The Doors, Beach Boys, Bob Dylan, Tina Turner, Rod Stewart, Bob Marley, The Mamas and The Papas, Jimmi Hendrix, Pink Floyd e Janis Joplin ( como sempre é impossível citar todos). É do fim dessa década o famoso Festival de Woodstock.

            No Brasil, não menos rico musicalmente, tivemos o surgimento do Clube da Esquina, o Movimento Tropicália, Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia, Elis Regina, Rita Lee, Ronnie Von, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Wagner Tiso, Jair Rodrigues, Geraldo Vandré entre muiiitos outros. Em 1965 tivemos o início dos grandes festivais de música no Brasil, como o Festival de Música Popuplar Brasileira, o Festival Nacional de Música Popular Brasileira e o Festival Internacional da Canção. Foi nesses festivais que se destacaram músicas como "Arrastão", "Valsa do Amor que Não Vem", "A Banda", "Sabiá", "Travessia", "Roda Viva", "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", "Carolina" e "Andança". 

             Em 21 de novembro de 1962 o "Brasil" era aplaudido por mais de 3000 pessoas que lotavam o Carnegie Hall, nas primeiras filas da platéia estavam gênios do Jazz como Miles Davis, Tony Bennet e Dizzie Gillespie, eles aplaudiam a Bossa Nova, a nossa Bossa Nova, e os representantes que se apresentaram nessa noite memorável foram Tom Jobim e João Gilberto. O convite para a apresentação em Manhattan surgiu do presidente de uma gravadora americana, já que naquele ano "Desafinado" a canção-símbolo do gênero, havia vendido um milhão de cópias nos EUA. Esse gênero musical foi influenciado pelo Jazz americano, mas acabou influenciando e muito o estilo que lhe deu origem. Nem presica ser dito, mas eles simplesmente arrasaram!
             Em 1965, seguindo o estilo Beatlemaniaco, surgiu a Jovem Guarda, foi o primeiro movimento genuinamente pop a chegar no país, era a onda do iê iê iê, uma versão tupiniquim do yeah, yeah, yeah dos Beatles. Assim como a Bossa Nova, a Jovem Guarda também foi influenciada pela música anglo-americana, porém, não ajudou a melhorar a matriz, mesmo assim ela conectou o país com o mundo alucinado do pop e fabricou os primeiros ídolos jovens do Brasil. A Jovem Guarda era descompromissada e moderna, situações que não agradavam os jovens intelectuais que partilhavam um movimento de protesto e insatisfação com o período político do país (estamos falando em 1965!!!), por esse motivo os "jovens" cantores eram chamados de alienados e efêmeros pela juventude engajada com as lutas (como diria Geraldo Vandré: "Temos de fazer música participante. Os militares estão prendendo e torturando. A música tem de servir para alertar o povo."). Esse estilo não foi apenas musical, foi também comportamental e televisivo, assim, aproveitando a maré e criando uma gíria própria surgiram o "príncipe" Ronnie Von, a "garota papo-firme ou a ternurinha" Wanderléia, a "garota barra-limpa" Martinha, o "bom" Eduardo Araújo, afinal era tudo "uma brasa, mora?" O movimento ganhou até um programa de TV exibido pela Record a partir de 1965. Ironicamente a expressão foi tirada de um discurso de Lenin que dizia: "O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada". O programa era comandado por Roberto Carlos "o rei", Erasmo Carlos "o tremendão" e Wanderléia "a ternurinha". O programa se estendeu até 1968 e nele surgiram e ficaram famosos cantores como Jerry Adriani, Wandeley Cardoso, Sérgio Reis, Demétrius(???), Vanusa, Golden Boys, The Feavers....
           Como falei no início da postagem, esse foi mais um período riquíssimo, ganhamos muito em termos de música, aprendemos em termos de vida e fomos preparados para os períodos e as dificuldades que vieram depois. Não há como ficar alheio a tantas mudanças, de alguma forma elas teriam que se refletir nas músicas e na forma como a juventude do período transformou o mundo. Mais uma vez me desculpem pela música que esqueci, por aquela cantora ou cantor que não foi citado, a nossa música é muito rica e por esse motivo é impossível falar de todos, além do fato de que ficaria cansativo ler um texto muito extenso, rsrsrs. Mas estou aberta a sugestões como as feitas por Ana, Léia, Lucy, Cassinha e Rosane ( do blog ROMANCESAOVENTO.BLOGSPOT.COM).
            Por sinal, falando em sugestões, o vídeo no final do post "Elvis não morreu!" foi uma dica da Rô, você lembra amiga que, em um comentário no blog, disse amar "My Way"? E a tua maratona me emocionou querida, os comentários como sempre foram muito carinhosos e incentivadores!
           Deixo "Travessia" que ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1967, pra mim essa é uma das mais belas músicas brasileiras (uma das!!), "...Solto a voz nas estradas, já não quero parar....", acho que não vou mais parar.

            Bom, devo voltar a postar amanhã, afinal seria o aniversário de 65 anos de Freddie Mercury, e há muito o que falar desse gênio e dessa voz que deixou tanta saudade. Beijossss!!!!