Sonho com tantas coisas simples e diversas vezes já me refugiei da realidade nesses "lugares" criados pela vontade e pela imaginação. É lá que apenas o Bom e o Belo existem e a miséria, o desrespeito, a ignorância, o preconceito e a maldade deixam de ter vez.
Levo também pra esse mundo as músicas, porque acredito que elas são uma forma de ligação com O Mundo Superior, seja ele como quer que você o imagine. Ah, as músicas das quais falo são as que tocam a alma, as que já existiam antes que alguém as "percebesse" e as tocasse; você reconhece essas músicas? elas te falam ao espírito e ao coração? se sim, então somos iguais; se não, bem, o mundo é feito de diferenças!!

domingo, 11 de setembro de 2011

Anos Dourados e Rock and Roll!

           Com o fim das duas Grandes Guerras chegou a década de 50. Foi a época da Juventude Transviada, dos Rebeldes sem Causa, do surgimento do Rock and Roll, a Idade de Ouro do Cinema; Morreram James Dean aos 24 anos, Ritchie Vallens pouco antes de completar 18 (que compôs a balada Donna e o rock La Bamba, sendo, segundo Raul Seixas, o dia 3 de fevereiro de 1959 "o dia em que o rock bateu as botas", já que com sua morte esse estilo musical deixou de ganhar uma significativa contribuição) e Carmem Miranda e nasceram Madonna e Michael Jackson; foi o período em que o mundo se dividiu em dois grandes blocos: o capitalista e o socialista, era a Guerra Fria, como ficou conhecido o momento do pós-guerra em que as armas foram baixadas mas continuavam lá, em uma paz armada! No Brasil o Congresso Nacional considerou crime qualquer ato de racismo, Getúlio Vargas se suicidou (é o que diz a História), JK se tornou o primeiro presidente eleito pelo voto direto, ocorreu a primeira Bienal de Artes de São Paulo (ou seja, do Brasil), foi criada a Petrobrás, inaugurada a TV Record, Marta Rocha perdeu o título de Miss Universo (aquelas duas polegadas a mais), conseguimos o primeiro título mundial em uma copa. Foram os Anos Dourados.
            Voltando ao estilo que mais fez sucesso nesse período e que nos anos seguintes vestiu uma nova roupagem, mas sem se distanciar da matriz, o Rock se desenvolveu durante e após a década de 50. Suas raízes emergiram e se definiram nos EUA no início dos anos de 1950, ele evoluiu do blues, da  música country, do rhythm and blues, do jazz, do folk e ainda da música clássica. Seus maiores representantes na época foram Elvis, Chuck Berry, Jerry "The Killer" Lee Lewis e Litlle Richard. O Rock chegou de mansinho, mas chegou pra ficar. Ninguém da época havia acreditado no estilo, afinal como alguém podia gostar daquela música barulhenta? como ela podia ter alguma importância?...mas foi uma epidemia, assolou o país inteiro e as pessoas só pediam Elvis, Litlle Richard, Jerry Lee Lewis e Ray Charles. A nação ficou completamente espantada e dividida entre adultos repressores e jovens "loucos" cada vez mais ansiosos pela liberdade, igualdade e excitação que só o Rock&Roll despertava. Era a trilha sonora da década....Lêdo engano, é a trilha sonora que continua no topo.
           Como música e cinema andam juntos, os filmes feitos não fugiam à regra da rebeldia e da procura pela liberdade foi assim que "Um Bonde Chamado Desejo" de 1951 com Marlon Brando e "Juventude Transviada" de 1955 com James Dean, moldaram uma geração. Os rapazes começaram a imitar James Dean e usar a camiseta branca de Marlon Brando. As roupas mais utilizadas eram as jaquetas de couro e calça comprida e, claro, com seus topetes caídos na testa. Outros filmes desse período mas que possuiam outra temática (e nem por isso deixaram de fazer sucesso) foram "Os Homens Preferem as Loiras" que transformou Marilyn Monroe em uma Diva do cinema, "Cantando na Chuva", com a célebre cena de Gene Kelly dançando "Singin'in the Rain" de 1952, "A um Passo da Eternidade" com Burt Lancaster de 1953, esse filme foi um verdadeiro escândalo e sua exibição por pouco não foi proibida, tudo isso por causa do beijo na praia entre os personagens (igual aos dias de hoje!!!), são também desse período "Assim Caminha a Humanidade", "Ben Hur" (que eu amo), "Janela Indiscreta", "Minha Espada, Minha Lei" com Errol Flynn(assistiu esse Rô?), "Alice no País das Maravilhas", "Cinderela", "A Dama e o Vagabundo" e "Peter Pan", e falando de Disney todos sabemos que as canções de seus filmes sempre tocam fundo!

Marlon Brando em sua camiseta branca que ditou moda.

            No Brasil não existiam legítimos roqueiros, o mais próximo que tivemos do rock nesse perído foi uma cantora de samba que resolveu incursionar pelo rock, era Nora Ney cantando a versão do "Rock Around The Clock" (um dos hinos do rock&roll americano), abrasileirado para "A Ronda das Horas", o papel dessa cantora foi muito importante, pois abriu os olhos da juventude brasileira para jornais, revistas e programas de rádio que traziam os então reis do rock americano. Mas ao contrário da juventude "transviada" dos EUA nossas gravadoras procuravam garotos de bem e moças de família para dar início ao que seria o rock brasileiro, foi assim que Tonny e Celly Campelo lançaram seu primeiro disco. Também surgiram nos Anos Dourados, mas não com rock, Cauby Peixoto, Agostinho dos santos, Noite Ilustrada, Sérgio Reis, Dick Farney, Golden Boys e o Maestro Tom Jobim.
            Foi nesse período que as indústrias da música e do cinema tornaram-se extremamente poderosas e influentes. E dessa forma começaram a ditar a moda também no Brasil, era o rompimento definitivo com o convencional. Foi o começo de uma nova era.
            Ao iniciar esse "passeio" musical no tempo, não pretendia seguir uma sequencia cronológica, mas inevitavelemte acabou acontecendo, na verdade achei até melhor, assim parece que estamos seguindo por uma linha de trem, voltando ao começo, chegando àquela estação distante que não fez parte de nossa vida mas que influenciou e ajudou a construir a pessoa que nos tornamos. Afinal como seria nossa vida se não fossem as transmissões televisivas, a internet ( não consigo me imaginar sem!), a ida do homem à lua, ao espaço, as milhares de músicas criadas, os ritmos que surgiram com o decorrer do tempo? Como seria nossa vida sem as músicas do Queen, do Chico, do Elvis, dos Beatles, da Legião? sem aquela música que acabou se tornando a nossa música e que diz exatamente aquilo que estamos precisando ouvir, o "sinal" que estávamos esperando? Somos o resultado de uma soma de eventos e não temos como escapar desse fato....
           Como não consegui vídeos reais do Ritchie Vallens cantando La Bamba, coloquei a cena do filme de mesmo nome, é lindo, para quem não assistiu, vale à pena.


           Já dissse antes, mas não custa repetir: Adoro as dicas e lembranças de vocês, tem sempre aquele fato, música ou cantor que não foi lembrado, mas que não é menos importante, então vai chegar o momento em que cada um deles vai ganhar um espaço no blog.
           Ana, lembro sim da Nikka Costa, eu adorava "On My Own", mas não tem como lembrar todos!
           E Rô, quando coloquei o Freddie cantando "Who Wants To Live Forever" lembrei no mesmo instante do filme "Highlander", adoro, chorei tanto, rsrsrs, e não tem como não associá-lo ao outro escocês e a um certo navio....
           Sandra, valeu amiga pela ajuda como revisora!
           Obrigada a todas vocês, amigas queridas, que sempre me incentivam com esse carinho.
           Beijos e uma semana linda, maravilhosa e com muita música!


2 comentários:

  1. Anos dourados com um pouco de cinzas nesse período diante de guerras, mortes inesperadas, enfim para equilibrar essa era, a mágia da música para refrescar a época e trazer para nós a glória do Rock que dificilmente deixa de ser notado e desejado nos dias atuais. Até mesmo "inocentemente" algumas pessoas ñ saiba q tal música é Rock, por ter sido convertida em outro genero, mas sabe sua letra do inicio ao fim (já aconteçeu isso comigo... kkk).
    Rock and Roll é o par perfeito desde os Anos Dourados... sem deixar de falar nós gatos que se embalam nesse som... inclusive o nosso escocês causador do conto O Corsário Apaixonado... se esbalda nas noites ao som do Rock. Atire a primeira pedra quem nunca se rendeu á esse som.

    Bom que vai se render agora sou eu na sonora de Elvis, Kiss, Bon Jovi, The Police e por ai vai.

    * * *Beijão* * *

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  2. Oi, Nadja! Custei,mas cheguei para pegar o teu trem! Mais um grande post! Os anos 50 foram o máximo mesmo. Quantos talentos surgiram e quantos deixaram o mundo físico, ficando apenas na lembrança e na saudade de quem continuou.
    Infelizmente, não vi o filme Minha Espada, Minha Lei, mas os outros que citaste vi todos. Assim Caminha a Humanidade, com o James Dean e o Rock Hudson duelando pelo amor da Elisabeth Taylor é inesquecível.
    Ainda estou me sacudindo ao som da La Bamba. Música sensacional!
    Mal posso esperar pela próxima viagem nas tuas palavras.
    Um enorme beijo, querida!!

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