Sonho com tantas coisas simples e diversas vezes já me refugiei da realidade nesses "lugares" criados pela vontade e pela imaginação. É lá que apenas o Bom e o Belo existem e a miséria, o desrespeito, a ignorância, o preconceito e a maldade deixam de ter vez.
Levo também pra esse mundo as músicas, porque acredito que elas são uma forma de ligação com O Mundo Superior, seja ele como quer que você o imagine. Ah, as músicas das quais falo são as que tocam a alma, as que já existiam antes que alguém as "percebesse" e as tocasse; você reconhece essas músicas? elas te falam ao espírito e ao coração? se sim, então somos iguais; se não, bem, o mundo é feito de diferenças!!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"Eu Sou O Samba...

          .....A voz do morro, sou eu mesmo sim senhor,
          Quero mostrar ao mundo que tenho valor,
          Eu sou o rei do terreiro..."

          Uma das maiores manifestações culturais populares do Brasil, o Samba, como gênero musical, nasceu e se desenvolveu no Rio de Janeiro, entre o final do século XIX e primeiras décadas do século XX, tendo se expandido e sido alçado à categoria de símbolo da identidade nacional brasileira durante os anos de 1930.
          "Pelo Telefone" é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil, no ano de 1917. Esssa composição alcançou sucesso e contribuiu para a popularização do gênero. Mas foi apenas nos anos de 1930 que ele se consolidou como expressão musical moderna, sendo tocado em grande escala nas rádios cariocas.
         São vários os nomes ligados a esse estilo musical, dentre os que mais popularizaram esse gênero de música estão o Angenor de Oliveira - Cartola, Pixinguinha, Noel Rosa, Donga e João da Baiana, todos da mesma época e companheiros das noite e bares cariocas. Cartola foi um dos fundadores do Bloco dos Arengueiros, que anos depois, deu início à escola de samba Estação Primeira da Mangueira. A contribuição de cada um desses músicos para a história do samba é riquíssima, porém Cartola possuia um espírito musical nato e grande sensibilidade, admirado por Villa Lobos, Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Chico Buarque, enquanto trabalhava como pedreiro conseguia compor canções interpretadas por Francisco Alves e Carmen Miranda. Tendo desaparecido do mundo do samba por dez anos, sendo até considerado morto, um certo dia num botequim, ele estava de volta. Uma das muitas contribuições de Cartola para o samba foi o bar que ele abriu com Dona Zica, o Zicartola, foi nesse ambiente que Paulinho da Viola começou a tocar em público, além de se tornar ponto de referência de outros sambistas como Zé Keti, Nelson Sargento e Nelson Cavaquinho e também de toda uma geração de compositores e intérpretes. O Zicartola virou moda e pra isso contribuiu Nara Leão que havia incluído "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton Medeiros) no seu LP de estréia. O bar também foi um ponto de integração, pois lá também eram assíduos frequentadores Sérgio Ricardo, Geraldo Vandré, Carlos Lyra e Vinícius, chamando a atenção da Bossa Nova (uma descendente do samba) para a temática dos morros.

Beth Carvalho e Cartola

         Pouco depois começaram a ser gravados os Depoimentos para a Posteridade, do Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro. O MIS reuniu em seu Conselho nomes como Jacob do Bandolim, Vinícius de Moraes, Sérgio Cabral e outras personalidades da música e da cultura brasileiras. A série de depoimentos foi iniciada com os sambistas de "raiz" e cada gravação era um acontecimento que repercutia no país inteiro. Foi a primeira vez que esses artistas autodidatas, negros e semi analfabetos, mas pioneiros no samba, eram tratados com o respeito que mereciam. A homenagem por si só já foi uma grande conquista, mas além disso esses depoimentos até hoje representam ma fonte para pesquisadores, mostrando a real história da nossa cultura e a percepção do mundo por meio da música.
          Mesmo depois desse impulso Cartola só gravou seu primeiro disco em 1974, aos 65 anos, dois anos depois interpretou, em outro disco, aquele que até hoje é seu maior sucesso: "As Rosas Não Falam", ele gravou ao todo quatro discos, apenas...


          Muitos foram e são os nomes que marcaram o Samba, Clara Nunes, Beth Carvalho, Alcione, Elizeth Cardoso, Elis Regina, Nei Lopes, Zeca Pagodinho, Lupicínio Rodrigues, Clementina de Jesus, Chico Buarque, Jair Rodrigues, mas a maioria deles reconhece Cartola como o símbolo maior desse estilo, já que com sua contribuição ele transformou esse gênero musical num dos maiores representantes da música brasileira. Por isso, nesse Dia Nacional do Samba, são dois os homenageados: O Samba e o Mestre.

7 comentários:

  1. Uau.... que belíssima explanação do Samba!!! Cartola foi demais... abriu as portas pra muitos bons cantores e compositores!!! Cada vez que venho aqui no seu blog, é como se eu estivesse assistindo uma aula!!! Parabénsss! Muito bom o post! Beijosss

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  2. Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar...

    Save-salve fui criada ao som do samba em especial Beth Carvalho e Zeca Pagodinho amooo... dentre os nomes citados tenho muito gosto também por Bezerra da Silva e Clara Nunes que é uma mistura de samba... Tudo graças a minha querida eterna mãe.
    Claro se for citar todos sambistas um dia será pouco, só tenho á dizer o orgulho de está na terra do samba, referência no mundo inteiro nosso grande Carnaval que se aproxima é impagável.

    Lindooo e cheio de lembranças seu post Nadja!!!

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  3. Cassinha e Léia!!!!
    Realmente Cassinha, Cartola, além de ser um excelente músico, abriu caminho pra muita gente boa que a gente conhece hoje em dia, sempre me surpreendo quando começo a fazer pesquisas pra escrever no blog, existe muita riqueza na vida das pessoas que a gente nem imagina! Beijooo!!

    Léia linda!!
    Amo essa música que citasse, aliás temos muitos sambas belíssimos e inesquecíveis. Não tem mesmo como citar todos os nomes, seria uma lista infindável, rsrsrs, mas é uma pena, gostaria de poder citar cada um deles com sua importante contribuição pra história da música no Brasil.
    Beijo grade querida!!!!

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  4. Oi, querida!
    Como sempre, seu post nos dando uma ótima aula!
    Eu costumo dizer que gosto de música, seja o ritmo que for, contanto que a melodia seja emocionante e a letra com bom conteúdo.
    Contudo, dos ritmos musicais, o samba é um dos que estão mais distantes do meu parco conhecimento. Como já te contei, na minha infância não se ouvia música em casa, meus pais não gostavam. Então, quando tornei adolescente, encontrei no rock e no pop a minha identidade e até hoje é o que mais me atrai.
    Contudo, sempre gostei muito da Clara Nunes e até tenho alguns CDs dela. Admirava a grande mulher que era. Ela era muito bonita, ousada, cantava o que tinha em seu coração, a sua religião, com os pés descalços, isso sempre me encantou. Tenho certeza de que os Anjos estão muito felizes em poder compartilhar dessa energia tão boa da Clara!
    Beijinhos, Nadja! Ótimo fim de semana pra ti!!!

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  5. Gosto de samba é nossas raizes, tem muito samba com letras maravilhosas adoro dançar e cantar,
    sua reportagens esta otima.bjs
    ivete pharaoh gibaut

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  6. Tenho grande admiração por essa geração mais antiga do samba, que fazia música por prazer e encantavam (e ainda encantam) a todos. Não tinha conhecimento desse bar, Zicartola. Fico imaginando o que não deviam ser as noites ali.
    Não se ouve mais um bom samba com esses feitos antigamente.
    Adorei, como sempre, a tua postagem.
    Beijos, amada!

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  7. O samba é tudo de bom. Parabens pela postagem.

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